Para comprovar que a reforma de uma pastagem
corrigindo e adubando não fica tão caro quanto se pensa vamos fazer um
demonstrativo utilizando uma análise de solo retirada em uma propriedade em
Bataguassu, MS.
Análise
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pH
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P
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MO
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K
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Ca
|
Mg
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Ca+Mg
|
Al
|
H
|
H+Al
|
S
|
T
|
V%
|
água
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mg/dm3
|
g/dm3
|
|
|
|
|
Cmol/dm3
|
|
|
|
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%
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5,17
|
0,52
|
9,91
|
0,03
|
0,60
|
0,40
|
1,00
|
0,29
|
1,17
|
1,46
|
1,03
|
2,49
|
41,37
|
Pela análise podemos perceber que o pH está
ácido e que os níveis de fosforo e potássio estão abaixo da média, além de que
o alumínio tóxico está presente. Para corrigir isso devemos corrigir e adubar o
solo para depois replantar o pasto, e faremos isso da seguinte maneira:
1) Calagem:
Necessidade de calcário = 2*Al+[2-(Ca+Mg)]
Necessidade de calcário = 2*0,29+[2-(1)]
Necessidade de calcário = 1,58 toneladas por hectare
2) Fosforo:
O recomendado pela literatura para o nível
encontrado na análise (0,52 mg/dm3) é de 80 Kg de P2O5 por hectare. Através de
uma regra de 3 simples podemos descobrir a quantidade do fertilizante MAP que
devemos utilizar.
100 Kg de MAP ----- 52 Kg de P2O5
X Kg de MAP ----- 80 Kg
de P2O5
X = 153,85 Kg de MAP
3) Potássio:
Para o nível de potássio encontrado na análise de solo (0,03
cmolc/dm3) a literatura recomenda a utilização de 60 Kg de K2O por hectare, e
da mesma maneira como fizemos no fosforo podemos encontrar a quantidade do
fertilizante cloreto de potássio (KCl) que iremos utilizar.
100 Kg de KCl ----- 60 Kg de K2O
X Kg de KCl ----- 60 Kg
de K2O
X = 100 Kg de Kcl
4) Nitrogênio:
Iremos utilizar nesse caso 60 Kg de nitrogênio
por hectare, sendo que desses, 15,4 Kg virão do MAP que contém 10% de N e os
outros 44,6 virão de 2 aplicações de 50 Kg ureia cada.
Dessa forma, temos um total de:
Produto
|
Quantidade
|
Custo unitário (reais)
|
Custo total
|
Calcário
|
1,58 t
|
110
|
R$ 173,80
|
MAP
|
153,85 Kg
|
1,7
|
R$ 261,55
|
KCl
|
100 Kg
|
1,5
|
R$ 150,00
|
Ureia
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100 Kg
|
1,38
|
R$ 138,00
|
Sementes
|
15 Kg
|
11
|
R$ 165,00
|
Total
|
R$ 888,35
|
Para a aplicação desses produtos iremos ter custos, que são
apresentados da seguinte forma:
Serviços
|
Custo
|
Construção de terraços
|
R$ 120,00
|
Distribuição de
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R$ 50,00
|
Grade intermediária
|
R$ 100,00
|
Distribuição de adubos
|
R$ 50,00
|
Niveladora
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R$ 60,00
|
Semeadura
|
R$ 50,00
|
Grade Fechada
|
R$ 50,00
|
Distribuição de adubos
|
R$ 50,00
|
Distribuição de adubos
|
R$ 50,00
|
Total
|
R$ 580,00
|
Somando os custos de produtos e serviços temos um total por hectare
de:
Produtos
|
R$ 888,35
|
Serviços
|
R$ 580,00
|
Total
|
R$ 1.468,35
|
Levando para o campo tudo isso, em uma área
onde antes colocava-se no máximo uma unidade animal por hectare, podemos
alcançar uma média de 2,2 unidades animal ou até mais. Lembrando que nas épocas
das chuvas esse número aumenta muito. Ou seja, o produtor consegue mais do que
dobrar a quantidade de animais que tinha ali.
Além
do aumento da taxa de lotação, teremos um aumento na produtividade dos animais,
que estarão comendo forragem de maior qualidade e em muitos casos, teremos
também descansos de outros pastos na propriedade, que poderão ser vedados, uma
vez que o pasto reformado tem capacidade de suportar mais animais.
Com base nos dados apresentados acima, é fácil
de perceber que é sim, economicamente viável investir em adubação das
pastagens, e que a própria pecuária consegue cobrir os custos da reforma em
poucos anos.
Esse
caso apresentado é de uma área que precisava ser reformada, por apresentar
grande infestação por plantas daninhas e pastagem “rapada”, porém, em casos de
pastos com baixa infestação de plantas daninhas e que for constatado pelo
engenheiro agrônomo que uma recuperação é suficiente, os custos caem bastante,
ficando ainda mais atrativa a pratica.